Encontrado pingente de 25 mil anos na jazida de Guipúzcoa
EFE - 10/08/2011
San Sebastián - Um pingente avaliado em cerca de 25 mil anos foi encontrado na jazida de Irikaitz de Zestoa (Guipúzcoa) por cientistas da Sociedade Aranzadi, que afirmaram ser a descoberta mais antiga em uma escavação ao ar livre na Península Ibérica.
A peça, um seixo de 10 centímetros, está perfurada em um de seus extremos e por sua disposição é possível perceber que a mesma esteve pendurada, informou Álvaro Arrizabalaga, diretor da escavação, que assinalou que o outro extremo da pedra foi utilizado como utensílio para lapidar ferramentas feitas de sílex, como setas e rascadores.
O achado corresponde ao período Paleolítico Superior, no chamado Gravetiano, o mais recente já pesquisado nesta jazida de Zestoa.
Arrizabalaga ficou satisfeito com a descoberta, já que achados assim não se consegue todos os dias, e indicou que é "mais antigo" que os colares magdalenianos encontrados na caverna de Praileaitz, aos que se estima ter 15.000 anos.
Além disso, assinalou que em toda a península deve existir "20 peças desta mesma época", com características que sempre apareceram em cavernas.
"A peça está muito bem conservada e tivemos a sorte de poder retirá-la sem danificá-la", indicou o diretor da escavação, que disse que uma vez extraído o fragmento "tem de ser lavado" logo após a limpeza superficial.
Para Arrizabalaga, o pingente não vai precisar ser restaurado e após estudá-lo e incluí-lo no conjunto de descobertas do gravetianos encontrados nesta jazida, passará a integrar o acervo do museu e da Comunidade Autônoma do País Basco, já que se trata de um material público.
"Há 25 mil anos, seres humanos de nossa espécie vinham para este lugar que funcionava como área de caça para grupos itinerantes" declarou o arqueólogo, que afirmou que estes bípedes "se deslocavam oito vezes por ano para regiões que tinham um determinado tipo de recurso".
De um ponto de vista patrimonial, a jazida de Irikaitz, onde os estudiosos começaram a trabalhar em 1998, é conhecida pelas descobertas de peças de 250 mil anos, pertencentes a períodos mais antigos que correspondem já a outra geração de seres humanos diferente à atual.
A equipe da 13ª campanha de escavação, coordenada pelo arqueólogo basco, é formada por voluntários que vieram de diferentes pontos, entre eles a Universidade de Faro (Portugal). EFE
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