segunda-feira, 28 de março de 2011

O Recife Endêmico
Agraciado por suas pessímas condições de estrutura urbana, o Recife de meados do século XIX, é gracejado por moléstias variadas
por Samuel Lima 
No século XIX, a cidade do Recife sofreu com um bom número de casos de endemias e epidemias na área de saúde pública. O fator preponderante para tal afirmativa, se baseava nas condições sanitaristas e estruturais que gosava a cidade em pleno decurso da primeira metade do século XIX.
Por ser um cidade fincada em áreas alagadas e no delta do Capibaribe-Beberibe, despossuída de um projeto urbano e de péssimas condições de abastecimento e esgotamento domiciliar, vira bate e mexe, o recife padecia de um surto endêmico que provocava, quase que sempre, um número elevado de mortandade da sua população urbana. Quando não era estes fatores os provocadores de moléstias, era o contato com viajantes e marinheiros infectados de outras regiões que aportavam aqui. Entre as principais moléstias que gracejaram a cidade causando um grande número de mortes, podemos destacar: a Cólera, a Febre Amarela, a Tuberculose e a Variola. Também ocorriam casos de surtos de diarréias que assolavam a população. A explicação dada pelo conselho médico no período, acusava o sistema de abastecimento público e seus maus cuidados com a captação e distribuição de água para a população, um destes médicos, Saturnino de Brito, alegava que essas diarrérias e dores abdominais eram causadas pelo chumbo que revestiam os canos de cobres que abasteciam os chafarizes da Companhia Beberibe.
A preocupação com a saúde pública, só começa a tomar maior impulso técnico a partir de 1840 quando é criado o Conselho Médico de Pernambuco, que possuía como visão, o tratamento de casos de doenças, a fiscalização e a aplicação de métodos para barrar tais problemas socias.
A situação de "penumbra" em que se encontrava o Recife de meados do XIX, só possui uma verdadeira intervenção para sua melhora a partir do impulso modernizante adotado pelo governo de Francisco do Rego Barros, empreendedor nato e de ótimo tino, amplia os horizontes sociais com um número de obras públicas, econômicas e sanitaristas como a criação da Companhia de abastecimento Beberibe, sistema de iluminação pública por meio da substituição da iluminação a óleos para iluminação a gás. Criação de um centro de formação de professores para o ensino primário, ordenamento e normatização de ruas e casa, tanto como calçamentos de ruas e aterros de áreas alagadas para o crescimento da urbs. Essas e outras foram as obras modernizantes adotadas pelo "Chico Macho", apelido dado pela população ao governante empreendedor.

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