“Naquela noite o clarim não pediria silêncio e sim combate”.
(João Cândido, depoimento a Edmar Morel)
No dia 16 de novembro de 1910, o Rio de Janeiro comemorava a posse do Presidente da Republica Hermes da Fonseca. A Bahia da Guanabara encontrava-se bem movimentada na manhã deste dia, com um bom número de navios com convidados para a festa de posse que seria dada pelo governo brasileiro. No contraponto desta felicidade toda, o maior navio de guerra da marinha brasileira, teria uma manhã de grande apreensão e revolta em decorrência da aplicação de um castigo físico, imposto ao marujo Marcelino Rodrigues Menezes. O motivo da aplicação da punição, estava centrado no ataque com golpe de navalha desferido por Marcelino, ferindo no rosto o Cabo Valdemar Rodrigues de Souza, pois este tinha denunciado Marcelino de ter tentado levar para bordo do navio duas garrafas de pinga. A pena para a infração foi a aplicação da tão temida Chibata. O número de chibatadas aplicadas seria de 25, mas foi o total aumentado para 250.

Na noite do dia 17 de novembro, os marujos decidiram se rebelar para por fim o castigo da chibata, o excesso de trabalho e a péssima alimentação que ganhavam. Decidiram formar comitês revolucionários com a intenção de organizar o movimento. Os encontros desses comitês eram conduzidos em terra, e os membros dos comitês faziam parte das tripulações dos vários navios de guerra. Sendo assim formado o comitê revolucionário, se organizou três reuniões, sendo o último encontro em número reduzido, por causa do baixo número de marujos que estavam em viagens. A reunião do comitê com maior número de participantes foi à segunda, onde os lideres prestam juramento enrolados com a bandeira da republica, alegando e prometendo defender veementemente a causa revolucionária.
“O primeiro grãozinho foi na organização dos comitês, já com título de comitês revolucionários. A intenção era aquela, logo que tivéssemos o elemento inicial para impormos às autoridades, a revolta teria que vir.”
(João Cândido, depoimento ao Museu de Imagem e do Som)
Depois destas reuniões, ficou estabelecido que na noite do dia 22 de novembro, as tripulações dos navios de guerra iriam se rebelar e tomar a frota ancorada na Bahia da Guanabara. O sinal de inicio do movimento seria o toque de chamada das 22 horas. Cada membro da revolta assumiu sua posição sem despertar suspeitas. Cada canhão foi guarnecido em média com cinco marinheiros que tinham ordem de atirar para matar em quem ousasse impedir o levante.

Atraídos pelos gritos, a marujada sobe ao convés, também da mesma forma que os oficiais, que logo procuram conter os ânimos dos marinheiros que gritando frases de efeito,“vivas a liberdade” e “abaixo a chibata” atacam o pequeno grupo de oficiais que estavam no convés. O comandante Batista das Neves ao tentar coibir a revolta, é atacado pelos marujos e tenta se defender com sua espada. Luta bravamente por dez minutos, mas é atingido com golpes de machadinhas na cabeça e morre logo em seguida.

Prof. Samuel Lima. Tudo bem?
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Gostei do texto e os detalhes são muito bons. Está me ajudando muito a realizar meu trabalho. Muito obrigada.
ResponderExcluirGostei muito dos detalhes, e da forma como conta a história. Está me ajudando muito com meu trabalho. Muito obrigada...
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