Ao chegarem as terras Luzas na América, os Jesuítas não só trataram de educar os Gentios bárbaros em sua educação religiosa, também, voltavam suas doutrinas educacionais religiosas para os meninos do Brasil Quinhentista, principalmente meninos filhos de portugueses instalados e nascidos aqui no Brasil.
Por Samuel Lima
Em sua concepção fundadora, os Jesuítas depois que consolidam suas bases missionárias fincadas em seu embrião, transformam-se em ordem docente para formação educacional, onde depois, passam a não só servir aos seus membros, mas também a juventude, com intuito de forma-los nas letras e virtudes para que estes propagassem os valores da companhia através da educação e do enquadramento moral. É neste mesmo momento que a noção de criança nasce na abordagem idearia da Europa, devido a relação e transformações entre grupos e indivíduos trazendo novas formas de afetividade e sentimento perante os “meudos” e afirmando a infância. É nesta abordagem que os Jesuítas tratando o estado de infância como puro e passível de um enquadramento moral educacional em seus moldes, que no Brasil levam-se a escolher “o papel em branco” a ser escrito, e inscrever neste com lápis de suas concepções educacionais e moral-religiosas.
No raiar das missões evangelizadoras educacionais no Brasil do século XVI, os Jesuítas tiveram grandes dificuldades na educação catequesicas dos gentis bárbaros, porém, viram nos curumins destes uma opção de introduzir a educação religiosa como forma de educar os mais velhos em seus costumes abomináveis, e de estarem afastados da fé cristã, já que os adultos relutavam à educação, as crianças seriam frutíferas nestes métodos.
Porém, os próprios "principais" de tribos aldeiadas em contato com os Jesuítas, davam seus filhos para a educação nas escolas destes primeiros, como uma forma de fixar aliança entre tribos e a igreja, no corpo da Companhia de Cristo. Quando ensinavam os meninos índios, estes tratavam de lançar suas bases catequesícas na educação dos mais velhos, abominando a crença de seu povo em detrimento dos bons costumes cristãos, o que enchia de orgulho os padres Jesuítas. Não só educar os bons costumes cristãos era a prática jesuítica, mas também, preserva-la nas crianças, pois acreditavam que as crianças constituíam uma “nova cristandade” que através da firmeza, virtude e nos costumes, estes meninos continuariam firmes na educação.
A ordem que era dada aos educandos gentis dos Jesuítas, variava de acordo com o local. Em algumas escolas – principalmente as criadas pelo governo de Mém de Sá – os meninos pescavam para o sustento de sua família pela manhã, à tarde tinham que está na escola no período de aula que duravam de três a quatro horas, no final do expediente escolar as praticas doutrinarias eram aplicadas a estes meninos.
Na educação dos aldeamentos, os meninos viviam com os pais e não com os padres, na aldeia a escola era pontos específicos de ensino e não internatos religiosos. O modelo educacional era aplicado na memorização através do catecismo dialogado - perguntas feitas por diálogos. Em 1559, em cartas que foram emitidos ao Geral da Companhia - situado então no exterior- trata da importância de diálogos traduzidos para a língua dos meninos índios. Fato, que fez Anchieta traduzi-los para o Tupi. Estes diálogos tinham abordagem sobre variados temas; a criação do mundo, paixão de cristo entre outros.
Além do Catecismo dialogado, a música foi também utilizada como método educativo dos meninos índios para a aprendizagem da doutrina e dos bons costumes. Onde era ensinado os cânticos de oração cristã com o uso de instrumentos indígenas e da própria língua dos índios do Brasil. Quando o primeiro bispo do Brasil atracou em terras daqui, tratou logo de abolir tais modelos de catequese, alegando que era incorreto utilizar-se de cânticos nas línguas e instrumentos dos meninos índios.
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